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Lote 57 • 1º dia

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Leilão 128 - Leilão Março 2016

Oratório em jacarandá. Rio de Janeiro, último terço do século XVIII. Final do reinado de D. José I (1750-1777) a primeira fase do reinado de D. Maria I (1777-1816). Trata-se de oratório de uso em residência senhorial. Este móvel apresenta os clássicos elementos da ornamentação rococó, de matriz pombalina, que decoram o mobiliário da primeira fase do reinado de D. Maria I, quais sejam, os ramalhetes obtidos em talha rasa, visíveis no belo frontão recortado e vazado, sobreposto por impactante motivo plumário de cuja parte inferior dimanam; e sobre as portas, acima e abaixo, evoluindo do interior das molduras que as guarnecem. Há ainda ramalhetes sobre as pilastras, acima e abaixo, entalhados de maneira mais aprofundada. O frontão, cujas extremidades são emolduradas, apresenta, em suas curvaturas superiores, discreto concheado contido por moldura também arqueada. A caixa é fechada porta que se abre em duas folhas simétricas, ambas, assim como as pilastras de disposição suavemente diagonal, guarnecidas um pouco abaixo de suas partes centrais, por rosáceas ditas de flor de maracujá, recorrentes em portais de igrejas cariocas da segunda metade do Setecentos. Tais flores de maracujá tangentes às molduras acima citadas guarnecem, assim, as portas e as pilastras da fachada, em ornato circular e de diminuto reticulado, algumas vezes identificado a uma flor de maracujá, de onde a sua designação. Estas supostas flores de maracujá são atribuídas pelo senso comum à lavra do Mestre Valentim, o que, no entanto, carece de qualquer comprovação documental. Pés retorcidos, ditos de pergaminho, cingidos pelas pilastras em diagonal, e meios pés de pergaminho na parte posterior, em que o móvel se acopla à parede. Acompanhando a abertura da porta, rocalhas em talha rasa, de grande finura de execução. Pertenceu à antiga coleção R. de Lamare.


94x165x29cm (CxAxP)

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